As histórias em quadrinhos (HQs), também chamadas de arte sequencial, são hoje uma aliada importante dos educadores, especialmente alfabetizadores e formadores de leitores. Elas marcam presença em livros didáticos, vestibulares, adaptações de livros clássicos e até pesquisas acadêmicas. Unindo palavra e imagem, esse tipo de texto é bastante democrático, já que agrada tanto àqueles que leem com fluência quanto os que ainda não dominam o sistema de escrita ou estão se iniciando nesse aprendizado.
A curiosidade e a possibilidade de inferir a história que está sendo contada, relacionando imagem, texto escrito e elementos característicos dos quadrinhos (como balões, tipos de linha e fonte, sinais de pontuação, onomatopeias etc.), estimulam o gosto pela leitura. Desse modo, as HQs são muito eficazes na alfabetização e nas demais etapas da escolarização, podendo ser uma porta de entrada para outros gêneros textuais, literários ou não.
Embora os quadrinhos sejam hoje recomendados até mesmo na legislação educacional, como nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), nem sempre foi assim. "Por muitas décadas, as histórias em quadrinhos foram vistas à margem do que se entende por leitura", conta Paulo Ramos, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e autor de livros sobre quadrinhos. Muitos educadores e pais torciam o nariz para esse tipo de leitura, que consideravam como uma distração prejudicial ao aprendizado.
Para conversar sobre o tema, a Plataforma do Letramento convidou a pesquisadora e educadora Sabrina Paixão, mestranda da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP), e os quadrinistas Edson Pelicer e Sidney Santos − arte-educadores do Projeto Educação com Arte, parceria entre o Cenpec e a Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Casa), em São Paulo (SP), que desenvolve oficinas culturais com jovens internos.
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