A fantasia, a invenção, a criatividade pensam, a imaginação vê. (Fayga Ostrower)
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Ler um livro ou ouvir uma história é como pegar uma carona numa bicicleta, num trem, num ônibus, num transatlântico ou mesmo num foguete mágico. A narrativa pode levar a uma maravilhosa aventura, uma viagem ao mundo insólito da imaginação. Nessa viagem, o leitor encontrará personagens que o encantarão. Serão os seus heróis, os seus amigos eternos, ou quem sabe ele tomará o vilão como seu personagem preferido.
Agora, imagine se um desses personagens tomar forma em suas próprias mãos? Magia? Sim! Com o origami, isso pode acontecer. Como?, você, professor(a), me perguntará. Eu respondo: simplesmente dobrando um papel quadrado e soltando a criatividade.
Relato agora um pouco da minha experiência com origami. Sou escritora infantojuvenil e, em meus lançamentos, eu sempre faço uma atividade com os convidados. Durante o evento, conto um pouco sobre a obra e convido todos a dobrarem comigo um personagem ou um elemento do cenário. As crianças adoram dobrar, principalmente os personagens animais. Enquanto o papel quadrado e sem graça vai sendo dobrado, percebo em seus olhinhos euforia, interrogação e curiosidade. No início, eles não conseguem visualizar o que estão dobrando, mas, dobra após dobra, começam a descobrir e a entender o que está acontecendo. E, como num passe de mágica, surge em suas mãos um personagem real, vindo diretamente da história, das páginas do livro! Com ele poderão brincar, contando, recontando, criando e reinventando a história que leram.
De fato, criar e viver se interligam… O homem cria, não apenas porque quer, ou porque gosta, e sim porque precisa; ele só pode crescer enquanto ser humano, coerentemente, ordenando, dando forma, criando. (Fayga Ostrower)
Público-alvo: professores, arte-educadores e estudantes da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I.
Objetivo:
Por meio das atividades artísticas, temos uma ótima oportunidade para expandir as percepções, potencializando as habilidades de observação, imaginação, criação e experimentação, tanto com o uso das imagens como com o das palavras. Esses são os primeiros passos para uma viagem criativa ao mundo da escrita e das artes, tendo como recurso de sensibilização a arte de dobrar o papel, o origami.
Sem perceber, os alunos estarão treinando a coordenação motora fina, a atenção, cultivando a paciência e a perseverança, desenvolvendo a percepção espacial. Ludicamente, por meio de uma simples folha de papel, começam a tomar conhecimento de uma parte importante da matemática, a geometria. O origami é feito basicamente com os formatos básicos: quadrado, retângulo e triângulo. A folha, que era plana, se transforma em um objeto tridimensional. Magia? Não? Pura matemática!
O objetivo de qualquer atividade com origami é potencializar a criatividade, no simples ato de escrever, dobrar, desenhar e contar uma história. A proposta aqui é começar pelo fim e terminar no começo, experimentar: dobrar, desdobrar ou desenhar para criar os personagens, o cenário e depois contar a sua história.
A raiz de todas as histórias está na experiência de quem as inventa; o que se viveu é a fonte que irriga a imaginação. (Mario Varga Llosa)